Pular para o conteúdo principal



hoje me desfiz dos meus bens
vendi o sofá cujo tecido desenhei
e a mesa de jantar onde fizemos planos

o quadro que fica atrás do bar
rifei junto com algumas quinquilharias
da época em que nos juntamos

a tevê e o aparelho de som
foram adquiridos pela vizinha
testemunha do quanto erramos

a cama doei para um asilo
sem olhar pra trás e lembrar
do que ali inventamos

aquele cinzeiro de cobre
foi de brinde com os cristais
e as plantas que não regamos

coube tudo num caminhão de mudança
até a dor que não soubemos curar
mas que um dia vamos

Martha Medeiros

Comentários

  1. Oi, Li!
    Vim retribuir a visita e encontro um blog bonito, bem arrumado, com poesias que adoro e vez ou outra também coloco lá no meu pedaço. Mas, o que vi de mais curioso foi a inspiração que Leonardo Boff teve sobre nós e acabou influenciando para que fizéssemos este espaço na rede. Adorei!
    um abraço carioca

    ResponderExcluir
  2. oi Beth/Lilás
    Nossa que emoção que tive ao ver seu comentário por aqui. O Primeiro , a gente nunca esquece, né?
    Ainda estou me habituando ao mundo bloguistico.
    E por enquanto vou ensaiando...
    Um abraço paulista , perdida em Curitiba!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Traze-me

Boiçucanga - SP Traze-me um pouco das sombras serenas que as nuvens transportam por cima do dia! Um pouco de sombra, apenas, - vê que nem te peço alegria. Traze-me um pouco da alvura dos luares  que a noite sustenta no teu coração! A alvura, apenas, dos ares: - vê que nem te peço ilusão. Traze-me um pouco da tua lembrança, aroma perdido, saudade da flor! -Vê que nem te digo - esperança! -Vê que nem sequer sonho - amor! Cecília Meireles Lendo, encantada, esta grande poetiza. Desejando que os bons ventos tragam a todos alegria, esperança e amor!
No fim tu hás de ver que as coisas mais leves são as únicas que o vento não conseguiu levar: um estribilho antigo,  o carinho no momento preciso,  o folhear de um livro,  o cheiro que um                                  dia teve o próprio vento...  Mario Quintana

Sentimentos

Somos donos de nossos atos, mas não donos de nossos sentimentos; Somos culpados pelo que fazemos, mas não somos culpados pelo que sentimos; Podemos prometer atos, mas não podemos prometer sentimentos... Atos são pássaros engailoados, sentimentos são pássaros em voo. Mário Quintana